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Grupo Cordão de Ouro

Suassuna e Brasilia.png

 

"Quem não conhece o Grupo Cordão de Ouro, venha pra roda que você vai conhecer, Cordão de Ouro tem mandinga e tem molejo, joga ligeiro e é bonito de se ver"

Mestre Suassuna

 

Em 1966, Mestre Suassuna juntamente com o Mestre Brasília fundou a ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA CORDÃO DE OURO. Mas, só 01 de setembro de 1967 que ela foi registrada.  Ao ouvir o refrão da música “lapinha” cantada por Elis Regina em uma rádio...

 

"Quando eu morrer, me enterre na Lapinha...
... Calça culote, paletó, almofadinha...
... Adeus Bahia, zum,zum, zum, Cordão de Ouro..."
Baden Powell

 

Os mestres decidem usar o nome CORDÃO DE OURO, como nome para seu grupo, pois faz alusão ao capoeira Besouro Cordão de Ouro, capoeirista “sem rotulo” que não jogava angola ou regional, simplesmente capoeira, pois ainda não havia acontecido essa divisão.

 

Mestre Suassuna ficará responsável a ensinar Capoeira Regional enquanto o Mestre Brasília com o ensinamento da Capoeira Angola dentro do mesmo espaço.

 

Com a parceria dos dois grandes capoeiristas, para conseguir seus primeiros alunos, eles iam para frente de colégio, o Mestre Suassuna começava a entregar panfletos, daí chegava o Mestre Brasília, começava a desfazer dele e da capoeira e os dois simulavam brigas onde o Mestre Suassuna levava a melhor por ser menor e mais franzino e com isso os primeiros alunos foram aparecendo.

 

Sua primeira “sede” foi na Av. Angélica em um prédio em demolição até chegarem na Rua das Palmeiras, 104. Seus primeiros frutos, tais como Lobão, Esdras Filho, Tarzan, Belisco, Almir das Areias, Caio, Freguesia, Eli, Armando e tantos outros.


Após um período juntos, Mestre Brasília decidiu fundar seu próprio grupo, e separam-se, com isso o Mestre Suassuna continua com o Cordão de Ouro, abrindo assim a primeira academia de capoeira no estado de São Paulo.

 

Sua academia por volta de 66/68 começou a bomba de estudantes, ficou conhecida como Consulado Baiano, onde abrigava capoeiristas do norte e nordeste que chegavam em São Paulo. O Mestre Caiçara quando trouxe o Paulo Limão e o Silvestre durante um tempo ficou na academia.

 

Durante a semana que chegava encomenda para os baianos, que suas famílias mandavam, alimentos, cartas etc., e no sábado acontecia uma grande roda de capoeira lá, onde eram entregues as encomendas para os capoeiristas que durante a semana trabalhavam para sobreviver. Muitos não sabiam ler então uns liam para os outros e choravam com saudades da família...

 

A CAPOEIRA CORDÃO DE OURO foi berço de muitos nomes de destaque. Além dos já citados, vieram os Mestres Flávio Tucano, Biriba, Dal, Marcelo Caveirinha, Urubu Malandro, Espirro Mirim, Xavier, Lúcifer, Tourinho, Canguru, Sarará, Zé Antônio, Ponciano, Bolinha, Geraldinho, entre tantos que completariam uma lista imensa.

 

Uma nova equipe de capoeiristas enriqueceria o seu acervo de contramestres: Boca Rica, Habibs, Mintirinha, Kibe, Denis, Saroba, Coruja, Chicote, Chiclete, Kino, Pintado, Lú Pimenta, Barata, Muriel, Esquilo, Romualdo e outros mais, regentes de um jogo novo e rico em movimentos plásticos, mais conhecidos como a Geração Miudinho.

 

Hoje, com inúmeras filiais no Brasil e no exterior, o GRUPO CORDÃO DE OURO tem papel de destaque entre todos os grupos de capoeira, não só pelo que representa o Mestre Suassuna para o esporte e para a cultura, mas também pelo esforço empreendido por ele e seus adeptos. A fim de manter a capoeira num nível altamente técnico, interagindo velocidade, agilidade, elasticidade, criatividade, música e malícia, sem esquecer suas raízes.

Fontes:

 

www.grupocordaodeouro.com

ÁVILA, Cláudia Viana (Mestra Cláudia) Capoeira – De Luta de Negro A Exercício de Branco. Bahia, Ed. Via Litterarum, 2010.
SOARES, Aurélio. Mestre Freguesa. Entrevista.

SUASSUNA, Reinaldo Ramos. Entrevista Realizada no Workshop Campo de Mandinga em Inhambupe-BA no dia 02/04/2016.

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